Estava aqui pensando no que escrever. Sim, escrevo só por escrever. Porque me faz bem. Tinha parado com isso, mas andaram acontecendo umas situações na minha vida que me trouxeram de volta à escrita. De volta ao início. Digo início porque desde que me conheço por gente, desde bem pequena eu costumava passar os dias escrevendo. Tenho nítida na minha cabeça, clara como a água, a cena de eu criança sentada na varanda – eu gostava de ler e escrever com liberdade, não trancada dentro de casa, e o mais longe que podia ir sozinha naquela idade era até a varanda – escrevendo o que vinha na telha. Um telhado inocente cheinho de imaginação.
‘Quanto saudosismo!’, diz minha mente para mim agora, e eu respondo: ‘às vezes é necessário retornar ao princípio de tudo para entender de onde viemos e porque gostamos do que gostamos e fazemos o que fazemos’. Não sei você mas eu falo com a minha mente direto. O tempo todo. Eu mesma pergunto, eu mesma respondo. Inclusive, eu mesma questiono a resposta. Faço réplica e tréplica. Mas eu juro que está tudo bem rs. São apenas coisas naturais da mente humana, esse ser com vida própria que controla as nossas escolhas e ações sem ao menos nos darmos conta.
Atualmente, ando prestando mais atenção nela, tentando perceber melhor o que acontece dentro dela com o intuito de controlá-la e não o contrário. E ao analisar com mais cuidado toda essa situação cheguei à conclusão de que a raiz da questão provavelmente está lá na infância, na primeira letrinha escrita, na primeira palavra lida, nos primeiros pensamentos influenciadores de comportamentos. E assim é até hoje. Só que de uns tempos para cá com uma maior consciência da minha parte a respeito de todo esse processo, o que antes, confesso, eu não tinha.
Nunca é tarde para recomeçar. É clichê eu sei, mas é a mais pura verdade. Por isso voltei a escrever, de leve mas voltei. E voltei, justamente porque reprogramei processos mentais, porque reiniciei meus pensamentos como quem reinicia um software. Claro que não foi assim tão fácil como apertar um botão, porém tenho me esforçado para que seja da maneira mais tranquila possível. Mudei minha consciência perante tudo, a minha forma de ver as coisas. E isso tem feito toda a diferença. ‘O saudosismo não é de todo ruim, às vezes até compensa’, digo para a minha mente. E dessa vez ela concorda e completa: ‘serve para resgatar elos perdidos no passado, elos fundamentais entre a nossa criança e o nosso adulto que, por motivos maiores que nós mesmos, precisam ser resgatados’.
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